Lembrança do Mar
Escrevo-te para esta afeição desvendar,
De ti somente posso, então, de amor falar.
Ouve, minha querida, esse singelo canto
Não se perturbe se ele terminar em pranto.
Pois sem lágrimas tudo o que se diz é falso,
Ao justo pesa sempre o austero cadafalso.
Mas, pobre de mim, sendo ignóbil também choro
Por ser, sim, verdadeiro este o quanto te adoro!
Escuta, ó querida, tal canção de amor!. . .
Dum poeta que para ti vive a criar
Simples versos do coração, seja onde for.
Mesmo que seja desairoso este cantar,
Ao lindo sentimento nada posso opor!. . .
Sou peixe, num aquário, que lembra do mar.