"M O R I B U N D A”
Assim que a vida noutra tarde escorre
E o sol nas águas, temente se esconde
Meu pensamento, como a luz que morre
Mergulha em sombras, a saltar da ponte
Do tempo torpe que passou em porre
De tamanha espera por final contente
Dessa ambulância que nunca socorre
A minh’ esperança, que caiu doente
O que sobra ainda, é um ser descrente
Da luz que finda, quando a tarde é rente
Deixando a gente, sem mãe e nem pai
Nesta escuridão, adoecida e triste
Minh’ esperança, pouca, que existe
Como o soneto, aqui, morrendo vai...