Soneto de engano tolo

Velo a morte sem féretro, num gemido rouco
Desse amor que é praga de um anjo caído.
Queima o meu peito e ainda acha que é pouco
Enquanto o meu parco juízo jás subtraído.

Nada do que vejo, escuto ou tenho contato
Devolve-me a certeza de ainda viver sem pejo.
Nem faz o meu espírito menos insensato,
Ou me ajuda a esquecer esse maldito desejo.

Esse triste martírio é a minha maldição...
Suga-me as energias e deixa-me anestesiada
Faz pulsar sem forças o meu velho coração.

Tais ilusões do amor me deixam extasiada
Enquanto o engano tolo me leva à exaustão...
E nem posso afirmar que era desavisada.


Adriribeiro/@adri.poesias
Adriribeiro
Enviado por Adriribeiro em 28/05/2021
Código do texto: T7265959
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