SINHÁ-FLOR
Aos trinta e nove anos, já madura,
A mameluca esguia na orfandade
Deixou um lar... Não tendo caridade
Levou um poeta à beira da loucura.
Sinhá-Flor jamais foi a mais pura
Das flores que se abriam na cidade,
Não escondeu, também, que, na verdade,
De amor sempre estivesse à procura.
B. Lopes, o poeta, um fidalgo
Do verso, entre as pétalas viu algo
Fatal a lhe mexer com os afetos...
E para laurear em grande estilo
O louco amor de um doido de asilo
Legou-lhe vida eterna em sonetos.