SUSPIRO OFEGANTE

Que é saudade sem ter-te? apenas um vão

Dum sentir frio e o vazio sem a face da lua

O desejo sem te ter? Esvaziado na solidão

Emoção que pelo céu a recordação flutua

Passo a passo. O caminho sem ti? Imensidão

Da noite usurpando o dia, grito e agonia nua

Sofrência? Lágrimas, ai! E pranteia o coração

Pra esquecer o encanto, a graça, prenda sua

Que é de meu poetar? Calado e pobrezinho

Sem o teu olhar. São palavras soltas sem lugar

Peregrino solitário, infecundo e sem carinho

Íngreme e pesado fado, sou eu sem instante

Onde o afeto vive perdido e sem poder amar

Na sobra da tristura e num suspiro ofegante!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

Maio, 11, 2021, 09’46” – Araguari, MG

Vídeo poético no Canal do YouTube:

https://youtu.be/XeQTozT18k8

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 11/05/2021
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