MANHÃ
Era a manhã chuvosa, muito fria,
Dessas que esconde a vida e o mundo inteiro
Sob o manto de intenso nevoeiro,
Foi nesta que acordei naquele dia.
Mas da janela olhei e nada via
Além da morna luz de um sol trigueiro,
Posto ter despertado ao travesseiro
Dos cabelos de quem tanto queria.
O mundo que eu via era o do quarto,
O de lá fora tal chuveiro farto
De águas frias, não foi onde acordei.
Minha manhã alegre e quente era
E ao abraço feliz da primavera,
Fechando a janela, eu voltei.