DA MEMÓRIA À MEDULA
Talvez esteja desabando algum concreto
de lá de cima, de onde vista vã se anula,
ou mesmo se desintegrando esteja o teto
em pó, que forra o meigo berço do caçula.
O que acontece é que se abala, por completo,
o espaço vago, de memória até medula,
do tal sujeito que escapou de ser inseto
por um trizinho de segundo, um pisca e pula.
Agora pesa na cabeça o escombro sujo
de seus vacilos, frustrações de vida em cela,
debaixo à sela obediência, um cão, sabujo.
E a crença mínima de auroras se cancela
no ardil vergonha-aleivosia-medo, cujo
enlace agônico adentrou, lacrou janela.