Soneto de Ano Velho
Hoje mais cedo ele saiu do necrotério
Chegou quase pronto e bem cuidado
Veio vestindo terno branco engomado
Mas o rosto, cada um tem seu critério.
Acendemos velas postas em castiçais
Recolhemos as belas flores nos jardins
Ao lado pomos os gorduchos querubins
E anunciamos as exéquias nos jornais.
Noticiamos que logo mais sai o cortejo.
Que seu destino no final é o crematório.
E avisamos que não se trata de velório.
Pois o defunto na verdade tem seu pejo.
Esse préstito é mais um rito categórico.
Do último adeus ao triste ano alegórico.
Adriribeiro/@adri.poesias