TE AMO...
Há um vago silêncio sulcando as madrugadas e os mares
fazendo chover na pátria do corpo domínios de pedra em fúria
tento: mas o tempo vai fechando a porta ao lamento do poeta
trazendo em seu ventre a solidão amarelada das bocas do vento...
derramando ausência por esta minha sede eterna
fazendo regressar aos olhos do mar tuas tantas almas aromas palpitantes e o fogo genital de tua geografia multiplicada
enquanto o amor cheio de tempestades vai fugindo assim...
desditoso lacerado naufragado no inumerável quebrar de ondas
que se debruçam sobre o mar sacudindo espumas flutuantes
crepúsculos sonhos de asas quebradas bocas rubras rasgadas...
E se resisto às noites negras que caem sobre o mundo inclementes
lacrando para sempre o sorriso de teus lábios em meu deserto país...
É porque te amo mais, muito mais do que dizem os pobres versos meus