Amor estranho

Corpo ferido, peito aberto, sangue descendo

Apunhalaram-me pelas costas, apenas dor

Dor irradiante em minh'alma, estou morrendo

Perco minhas forças, é o fim deste sofredor?

Visão turva, sinto que cairei a qualquer momento

Quando, enfim, me entrego inteiramente à Morte

Meu assassino me ampara, chorando em lamento

Buscando em mim algo que sua consciência conforte...

A mais confusa sensação, que sentimento estranho...

O mesmo que tira minha vida é quem se entristece

Não consigo entender, então, o que agora acontece.

Unem-se lágrimas e sangue à vida que está findando

Chorando pelo corpo que, agora, eternamente adormece

Seu semblante mostra a verdade: ele estava amando...

Rodrigo Hontojita
Enviado por Rodrigo Hontojita em 30/09/2020
Código do texto: T7076430
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