AO PÉ DO OUVIDO

Eu fui confidenciar, lôbrego, o meu pesar

À velha lua, branca e nua, no céu viçosa

Na noite acordada, supondo que ao falar

Teria o trovar solto duma queixa amorosa

Não quis sequer atenção, então, prestar

No celeste ali estava e, ali ficava gloriosa

Mas, pouco a pouco, num súbito quedar

Vendo um ciciar, pôs a me ouvir cautelosa:

Entre soluços e suspiros eu narrava tudo

Ela comovida, pois, poética e apaixonada

Tal como é, romanceou o duro conteúdo

Com os olhos cheios d’água, sonhadora

Compadecida desta sofrida derrocada

Então, chorou comigo pela noite afora

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

21 de agosto de 2020- Triângulo Mineiro

paráfrase Pe. Antônio Tomás

Vídeo, Canal no YouTube:

https://youtu.be/olzKyePwlR0

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 21/08/2020
Reeditado em 21/08/2020
Código do texto: T7042185
Classificação de conteúdo: seguro