OUTONO EM POESIA (soneto)

Bailando no ar, gemia inquieta a folha caída

No azul do céu, do sertão, ao vento rodopia

Agitando, em uma certa alvoroçada melodia

Amarelada, vai-se ela, e pelo tempo abatida

Pudesse eu acalmar o seu fado, de partida

Que, dos galhos torcidos, assim desprendia

Num balé de fascínio, e de maga infantaria

Suspirosas, cumprindo a sua sina prometida

A vida em uso! Na rútila estação, obedecia

Um desbotado no horizonte, desenhado

E em romaria as folhas, em ritmo e magia

No chão embebido, o esgalho adormecido

Gótica sensação, de pesar e de melancolia

No cerrado, ocaso, do outono em poesia...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

28/07/2020, 10’22” – Triangulo Mineiro

Vídeo, Canal no YouTube:

https://youtu.be/eJxi8bSKSeA

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 28/07/2020
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