SINO DOLOROSO (soneto)

Plangei, sino! O cerrado chora essa dor vasta

Ecoado no infeliz peito e no soneto solitário

Dessa realidade vil de uma tirania tão casta

Do afeto que um dia foi por nós necessário

Cantai, sino! A sofrência no cortejo arrasta

Verdugos sentimentos solução no itinerário

Escorrem lágrimas que ao pranto não basta

Arde a emoção e a alma neste árduo relicário

Em repiques de pesar, em desilusão a finados

Tilintando rancores, ó carrilhões, que aí tala

Em campas de sanhas, e de renhidos brados

Toe, sino doloroso, que no silêncio devasta

Badala, bimbalha, e num soar o aperto exala

Brandindo o amor com uma emoção nefasta

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

08/07/2020, 12’10” – Triângulo Mineiro

Olavobilaquiando

Vídeo no YouTube:

https://youtu.be/tVTzShRMzYc

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 08/07/2020
Reeditado em 08/07/2020
Código do texto: T6999747
Classificação de conteúdo: seguro