Violão
Dedilhei em suas cordas suaves
a harmonia de minha alma que chora
numa aprazível música que, embora
triste, tem o inocente anseio das aves!...
Toquei signos no Sol entre outras claves
num minueto que ao tempo devora,
e o qual a bailarina em sonho adora...
Diz-me ela: "Aquele menuet, tu sabes?"
Nos meus braços, seu corpo sinuoso
guardei, junto ao imo do coração –
no ritmo, a tanger seu som carinhoso!...
Hoje, mesmo puído pelo tempo,
tem o superno timbre de um violão,
é alma, no talhe, que alcança o intento.