Violão

Dedilhei em suas cordas suaves

a harmonia de minha alma que chora

numa aprazível música que, embora

triste, tem o inocente anseio das aves!...

Toquei signos no Sol entre outras claves

num minueto que ao tempo devora,

e o qual a bailarina em sonho adora...

Diz-me ela: "Aquele menuet, tu sabes?"

Nos meus braços, seu corpo sinuoso

guardei, junto ao imo do coração –

no ritmo, a tanger seu som carinhoso!...

Hoje, mesmo puído pelo tempo,

tem o superno timbre de um violão,

é alma, no talhe, que alcança o intento.

Thiago Marques Poeta
Enviado por Thiago Marques Poeta em 06/07/2020
Código do texto: T6998324
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