SEXAGENÁRIO (soneto)

Velhice. Um novo horizonte num outro amanhecer

Lúrida, o vigor sem luz, roto e frágil; o pensamento

No ontem, a tremer, e o olhar revoando pelo vento

Cambaleando na encosta do tempo, e ali a descer...

Passa. Passando. Sucessivo, um novo sentimento

Que sombreia a fronte, o eu e o querer nesse ter

Sentir, ser, afinal, ainda no roteiro do poder viver

Amparando os passos, desamparados, sofrimento

E neste encanecido silêncio, a cada passo a ilusão

Volta, evocando o sentido do velho terno coração

Deixando a saudade solta pela lenta madrugada

E cochila o olhar: e o olhar alucinado, tão calado

Cabeceia nos segundos empoeirados do cerrado

Incomodado, tal um leão em uma furna apertada

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

26/06/2020, 09’33” – Triângulo Mineiro

Olavobilaquiano

Vídeo no YouTube:

https://youtu.be/WXOYmR2RQTs

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 26/06/2020
Reeditado em 26/06/2020
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