A inesperada morte de um pescador

Acordei atordoado num beira-riacho

Não me acho, não sei onde estou

Terra molhada, dou um passo cambaleado

Tontura leve, o sol nascente me achou.

À frente meu barquinho quebrado

Talvez eu tenha perdido o contato

Com o meu parceiro de pesca

Cochilei um instante e parei nesta terra.

Lá na frente tem uma casinha

Chego nela, é pequenina e singela

Mais parece que é a minha.

Vejo meus familiares chorando

E um caixão no meio

Era eu, deitado lá, estava me vendo.

Rodrigo Hontojita
Enviado por Rodrigo Hontojita em 16/06/2020
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