A inesperada morte de um pescador
Acordei atordoado num beira-riacho
Não me acho, não sei onde estou
Terra molhada, dou um passo cambaleado
Tontura leve, o sol nascente me achou.
À frente meu barquinho quebrado
Talvez eu tenha perdido o contato
Com o meu parceiro de pesca
Cochilei um instante e parei nesta terra.
Lá na frente tem uma casinha
Chego nela, é pequenina e singela
Mais parece que é a minha.
Vejo meus familiares chorando
E um caixão no meio
Era eu, deitado lá, estava me vendo.