O Escritor e o Soneto

Nada viverá a conseguir suspender

Para não tomar o meante deste soneto.

Nem o íntimo desordenado, ou o romper

Da manhã sem café, extrair, claro ou preto.

Larguei as rudes todas sem responder,

Não posso despertar muito, só o conceito

Cortês de consciência, a seiva, e esconder

Ideias ríspidas da psique, o justo e o veto...

E a mansidão, em espírito, conceder,

Um tanto escasso no gesto do correto,

Um elucidado imitado pelo concreto.

Venho então com a meada finda ao terceto,

Sem luz, conclusões, neurônios: só entrever

Que ao soneto, ao escritor, só carece o resolver.

Samira Vilaça Araújo
Enviado por Samira Vilaça Araújo em 26/05/2020
Código do texto: T6958955
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