VISITA (soneto)

Nos paralelepípedos das calçadas

Leio os versos do viver de outrora

Meu, rimas sinuosas e poeiradas

Numa memória tão fugaz e sonora

Vou sozinho, outras as madrugadas

A trama diferente, e outra a hora

Outros destinos, e outras estradas

Desassossegado, o que sinto agora...

Choco na linha da vida, nas esquinas

Fico calado. Desfaço o laço de fita

Do fado. Tem cheiro de naftalinas

Corri ao encontro da velha escrita

Sorri, falamos, ofegantes narinas

Segui andando, na revinda visita...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

19/05/2020, Triângulo Mineiro

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 19/05/2020
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