Amor que Escoa

Céreo o rosto, como entalhado sem modelo,

No fictício pensar de quem quer fazer aquilo,

Que é encargo, límpido senso, clamor e apelo,

Confuzido, cerne, do ventre isento e tranquilo.

Tal que a cada vestígio caracteriza seu zelo,

Não fracassa, não almeja refúgio, nem asilo,

Ou amparo no feito, logo que criar já é o belo,

Pois o pretérito instruiu a potência e o brilho.

Assim, natureza, com o que cedestes, trinco o elo,

E o preferível exerço, educando um ou mais filhos,

O que tenho ao seio, até bem melhor do amarelo,

Que carreguei de viagem, há em fartura e quilos,

Hortaliças, coentros, frutas, flores, porção de farelo,

Nessa terra firme e fértil, semear-la-ei para nutri-los.

Samira Vilaça Araújo
Enviado por Samira Vilaça Araújo em 14/05/2020
Código do texto: T6947353
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