COBRA CEGA (soneto)

Era a saudade, saudade crua que vela

A solidão. Com a impostura do pranto

Que sente falta, partida em um canto

Do coração, que se veste da dor dela

Era a lembrança! Curvada na janela

A esperar que se quebre o encanto

E no horizonte desanuvie do manto

Da noite vazia, e se torne leve e bela

Era a angústia com a sua tristura cada

Era o seu silêncio e o seu tempo lasso

O desespero na negrura da madrugada

Que brincam, com o desanimo crasso

De olhos vendados, e a ventura atada

De cobra cega com o prazer escasso...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

05/04/2020, 15’11” – Cerrado goiano

Vídeo no YouTube:

https://youtu.be/t1Y0vhiJxfw

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 05/04/2020
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