TEIMA (soneto)

Ó agonia! À alva, quando, sem teu cheiro

Eu vagueio ermo, pelos becos do cerrado

O chão cascalhado, o sentimento alado

E o vento perturbado me levando ligeiro

Toda a saudade é pesar no peito magoado

A lua, fria, pesa n’alma e da tinta do tinteiro

Da dor, trova a sofrência, assim, por inteiro

E nas mãos vazias, continuas sem o agrado

E na minha insônia a hora é de vil lerdeza

Sofrente é o silêncio na escura madrugada

O desespero escorre dos dedos pela mesa

Ó solidão! Cadê toda a emoção camarada

Ninguém me ouve, ninguém, só despreza:

E a tíbia madrugada continua apaixonada!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

26/03/2020, 05’08” – Cerrado goiano

Vídeo no YouTube:

https://youtu.be/s1AyesLpE6Q

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 26/03/2020
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