ÁGUAS DE MARÇO (soneto)

Na tarde do cerrado, tarde de chuvarada

A vida, arfa das quaresmeiras o perfume

Lilás, exalando aroma em um tal volume

Espalhando pelo chão nuance desbotada

Na tarde tropical, de quaresma, o lume

Do dia, é embaçado, e a ventania riçada

O ar, a criação, e a flora toda ela calada

A hera faz que os pingos d’água espume

O silêncio é partido pelo grito da seriema

Num guincho alto de estalo e esto triste

Melando o peito com melancolia extrema

A tarde vai, num entardecer onde insiste

A chuva, quase em pranto, sem dilema

Pois, nas águas de março, poética existe!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

17/03/2026, 17'15" - Cerrado goiano

Olavobilaquiando

Vídeo no YouTube:

https://youtu.be/powGgM7ZjdQ

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 18/03/2020
Reeditado em 18/03/2020
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