O OFÍCIO DOS POETAS
“À luz de António Vieira”
Dizer as coisas, como elas foram,
Não é o ofício dos poetas, não,
Muito menos a sua obrigação,
Mas, antes, como as admiraram
Naquilo que em si elas devem ser
E nunca como hão-de parecer…
Ai dos poetas que não entenderem
De Mestre Vieira a sua mensagem
Arriscando o perderem a viagem
Entre todas as que iniciarem…
Salvando-se da eterna fantasia
A paixão que têm pela poesia…
Ó poetas, poetas trovadores,
Que não sabeis o dia de amanhã
Olhai a Natureza, olhai as flores
E tudo aquilo que ela vos dá.
Pintai-a numa tela maravilhosa
Tornando-a, isso sim, mais formosa!
Frassino Machado
In OS FILHOS DA ESPERANÇA