NO TRONCO DO IPÊ (soneto)

O ipê resplandece, na sede do inverno

Árido e frio chão, resistir o seu nome

Durar, no estio, que assim o consome

A belicosa árvore, floresce no inferno

Com o tal vigor generoso e fraterno

Pária com honra, se a chuva lhe some

Mingua a água, e, que a vida lhe tome:

A ventura. Ainda é um aparato eterno

Do próprio fel, do cerrado, é proveito

Faz do atravanco, triunfo na desgraça

E ao planalto central marca e respeito

Possui, na rispidez da terra crassa

A própria glória, o seu maior feito:

Florindo em beleza, de pura graça.

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

12 de janeiro de 2020 - Cerrado goiano

Olavobilaquiando

Vídeo no YouTube:

https://youtu.be/rP8bO4w-gUg

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 12/02/2020
Código do texto: T6864176
Classificação de conteúdo: seguro