PRAVOS A POETAR (soneto)

Estes, que a inspiração cruel poeta

Marcando-os com tristonha tensão

Estes ditados em má sorte na caneta

Apenas, para dores trazer à criação

De alma ferida grafa malícia secreta

Do inconstante amor, dentro do coração

Desabrocha tal erva má, e assim profeta

Pensamento abaçanado, nato da solidão

De melancólicas rimas, suspiros e luto

E de senso cego, traz ao cântico espinho

Áspero como o cerrado, e se põe a chorar

E, pegadiços, entra na trova num minuto

Sente, crespa, do sofrente que é sozinho

De infeliz imaginação, pravos, põe a trovar!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

04/01/2020 - Cerrado goiano

Olavobilaquiando

Vídeo no YouTube:

https://youtu.be/I_fCHaRpxlA

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 04/02/2020
Reeditado em 04/02/2020
Código do texto: T6857871
Classificação de conteúdo: seguro