AOS POUCOS

AOS POUCOS

Se viver é morrer devagarinho,

O tempo que me resta possa ser

Gasto no que me der maior prazer,

Enquanto do final eu me avizinho.

Mas se a morte cruzar o meu caminho

E inadvertidamente surpreender

Também saiba saudar e bendizer

Aquela que me toca sem carinho.

Cedo ou tarde, m'encontre sem remorsos,

Mesmo eu sabendo todos os esforços

Destinados às páginas do Olvido.

E assim, ter que escrevi tão-só por gosto,

Não por buscar dos altos o alto posto,

Mas sim por entre as letras ter vivido.

Betim - 12 01 2020