O canto eternal que vem das dores
O canto eternal que vem das dores,
quando caem as trevas no céu etéreo...
A Deus, eu ergo, os meus louvores,
silentes sem a harpa e o saltério.
Relembrando frias alvoradas,
vendo o astro p'los montes indo calmo...
Em conchas as mãos ao céu voltadas,
minh'alma cantas para ti um salmo.
Ó Deus, que me viste na desventura,
pecador aos céus clamando,
profundos os palmos da sepultura.
Deixai que ainda possa eu risonho,
ver tuas estrelas iluminando,
a abóbada celeste que vagas o meu sonho.