Cinzas
O céu é o mesmo que ouve a minha prece,
a saudade, a mesma que não tem fim.
O vento que vagueia quando anoitece,
aromas de outrora trazes para mim.
Ó flor, qu'anseias na sombra tristurosa,
doirada a luz do astro pra iluminar...
Minha alma canta venturosa,
como à ave ao ver o dia despontar.
Palmilham meus passos perdidos,
nesta estrada, a colher, ultimamente,
cinzas que restaram dos meus tempos idos.
Anda comigo o silêncio e a solidão,
vendo o dia que descamba mansamente,
como as batidas lentas de um coração.