No manto azul da tarde venturosa

No manto azul da tarde venturosa,

a lembrança como ave aqui voeja.

E a tarde vai morrer silenciosa,

já não dobram mais os sinos da igreja.

Já não fere, vós, que me feriste,

minha alma, ri, sem o teu véu...

Ó mágoa, que outrora me fez triste,

solitário como um mausoléu.

Navio que vagas em busca de um porto,

levo comigo a solidão das madrugadas,

o luar que vaga sobre o horto.

O silêncio que entoas o lírio no altar...

Fragrâncias doces, alvoradas,

o azul que jazes no fundo de um olhar.

ThiagoMac
Enviado por ThiagoMac em 28/11/2019
Código do texto: T6806074
Classificação de conteúdo: seguro