No manto azul da tarde venturosa
No manto azul da tarde venturosa,
a lembrança como ave aqui voeja.
E a tarde vai morrer silenciosa,
já não dobram mais os sinos da igreja.
Já não fere, vós, que me feriste,
minha alma, ri, sem o teu véu...
Ó mágoa, que outrora me fez triste,
solitário como um mausoléu.
Navio que vagas em busca de um porto,
levo comigo a solidão das madrugadas,
o luar que vaga sobre o horto.
O silêncio que entoas o lírio no altar...
Fragrâncias doces, alvoradas,
o azul que jazes no fundo de um olhar.