HISTERIA

HISTERIA

Tem vez que o sentimento me arrebenta

As barragens do peito e se derrama

Na enxurrada irrefreável d'água e lama

Que mais uma catástrofe acrescenta.

É uma fúria indômita; violenta!...

Que arrasa a sanidade de quem ama

Ardendo, desvairado, n'uma chama

Que da própria loucura se alimenta.

Parece um pesadelo muito vívido

Que quando se desperta, suado e lívido,

Visto terrificado o sonhador.

Porque esta incontrolável histeria

Nada mais é que a imensa fantasia,

Que alguns chamam paixão; outros, amor!

Betim - 23 11 2019