Noite calma onde a alma em pranto
Noite calma onde a alma em pranto,
enquanto o arvoredo não floresce...
Lembras do passado um belo canto,
solitários os lábios e uma prece.
Nuvem que parte no céu deserto,
olhos aqui na terra pra ti olhar...
Leva-te o vento sem destino certo,
pálida, a face, beija-lhe o luar.
Ó lírio que morre nos altares
vendo o dia passar tão vagaroso,
já tivestes para ti tantos olhares.
Vozes que o tempo silenciaram,
dobras, ó saudade, teu sino tristuroso,
relembrando os qu'esta vida já deixaram.