Meus lamentos só tu que ouve
Meus lamentos só tu que ouve, minhas dores
só tu que sabes, ai quando caminho...
Olha-me e vê que indo assim sozinho,
sigo sem perder o meu olhar entre as flores.
E à alma, no peito, como no ninho,
solitária ave ante os esplendores...
Busca em ternos braços o teu carinho,
lembranças que trazes com teus olores.
Quem sabe possas um dia teres,
ó alma, na vida algum conforto
sem a mágoa pra lhe entristeceres.
E nós a caminhar em meio as urzes...
Ai, manhã que vens banhar o horto,
noite que vens banhar as cruzes.