MINHA MORTE
MINHA MORTE
Gastei meu tempo a trabalhar,
Para ter uma velhice com conforto,
Que adiantou, estou aqui morto,
Solitário, sob um jazigo frio.
Sinto a carne desprender dos ossos,
Estático, inerte, vejo tomar o meu corpo,
Os vermes famintos, feitos loucos,
Saciando-se de minha pudica carne.
Cobre meu corpo, um terno e um sapato
Apertam-me os pés, uma gravata me enforca,
Mesmo depois de morto me sufoca,
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Nesta cova, escura, sem ar ,lamento,
A impossibilidade de alguns movimentos,
Para poder afastar os verme e os ratos.
João Pessoa-PB,06/11/2014
Francisco Solange Fonseca