Sombria minha estrada prateaste
Sombria minha estrada prateaste,
luz celeste que no céu vagueia...
Enferma minh'alma pranteaste,
oh, neste caminho não há ave que gorjeia.
Só o silêncio aqui entoas o teu canto,
nestes prados sereno vai sem norte...
Um misto de tristeza e encanto,
cantando sempre a vida e a morte.
Do passado, ouço vozes, do passado
a colheres ando no presente,
a lembrança dum olhar assim nublado.
O sorriso que acalma este martírio,
e que vens assim silente, ó silente,
se abrindo na memória como um lírio.