Ó céu que contemplavas na soledade
Ó céu, que contemplavas na soledade,
vendo mansa, a névoa, que caia...
Deixai meus versos co'a felicidade,
deixai, aves negras da melancolia.
Cantai-me, ó vida, que de dores,
ferida alma vagas a buscares...
O aroma que exala as flores,
o silêncio que entoa os luares.
O silêncio da rosa que s'abre no orvalho,
e da haste pende um dia triste
na penumbra de um carvalho.
Tardes caminhando aqui passastes,
e as mágoas que o peito me feriste,
nestas margens também as desfolhastes.