Ó céu que contemplavas na soledade

Ó céu, que contemplavas na soledade,

vendo mansa, a névoa, que caia...

Deixai meus versos co'a felicidade,

deixai, aves negras da melancolia.

Cantai-me, ó vida, que de dores,

ferida alma vagas a buscares...

O aroma que exala as flores,

o silêncio que entoa os luares.

O silêncio da rosa que s'abre no orvalho,

e da haste pende um dia triste

na penumbra de um carvalho.

Tardes caminhando aqui passastes,

e as mágoas que o peito me feriste,

nestas margens também as desfolhastes.

ThiagoMac
Enviado por ThiagoMac em 22/10/2019
Código do texto: T6776541
Classificação de conteúdo: seguro