Os Sinos
Amparai-me, Deus, eu que ainda,
cantares escuto nesta estrada...
Ah! Enquanto tudo não se finda,
sonoras as aves na alvorada.
Lembro daqueles tempos que havia,
quando a caminhares ia eu sem norte...
Dobres que anunciavam quem partia,
ai, naquele tempo não assombrava-me a morte.
Ouve-me, tu, que vês o céu inteiro,
serena nossa vida vai passando,
serena, como o suspiro derradeiro.
E tu, que se feristes com as mágoas...
Vamos todos neste barco navegando,
vamos todos, sendo levados por estas águas.