De onde vem estes anseios
De onde vem estes anseios que inundam,
em noites solitárias o coração.
Pra onde que vais à alma, pra onde é que vão
os que aqui, neste plano, já não andam.
Na vida cantei as dores sentidas,
em estrofes tristes descrevestes...
Como a flor no campo esquecida,
na penumbra o amor que florescestes.
Como o astro que seguias sozinho,
levando consigo, ai, só o silêncio,
seguias eu também o meu caminho.
Deixai entrar, ó arvoredos, da alvorada
doirada a luz, e o céu sereno
pra clarear-te erma a minha estrada.