Soneto Do Vento

Perde-se meu olhar na noite calma,

ouvindo bradares nas trevas sem fim.

Teu canto que despertas na alma,

perdidas as lembranças dentro de mim.

Ó vento, que entoas venturoso

o teu canto, a mágoa, que os deixastes...

Outrora, meu amor, tão lacrimosos,

estes que por ti também chorastes.

Primavera traz-me enquanto ando

das manhãs, o lírio, que exala p'los ares,

a paz que consolas o peito miserando.

Ai, viestes lento com teu canto soturnal,

desfolhando as flores tumulares,

onde jazes, cada um, teu sono eternal.

ThiagoMac
Enviado por ThiagoMac em 11/10/2019
Código do texto: T6767106
Classificação de conteúdo: seguro