Soneto De Uma Alma Madura

Eu sonhava contigo, meu amor

Com carinho, volúpia, intensidade...

Num porvir alegríssimo, sem dor,

Sob o véu tão mágico da caridade.

E não deste nenhum crédito à flor

Que sonhava demais na mocidade

Com o teu corpo de anjo e seu calor

Que me levava sempre à eternidade.

Então, negaste meu afeto ledo,

Meu colo, meu regaço, meu rochedo,

Sumindo entre as travessas da cidade.

Ainda assim meu peito a ti deságua

Um agradecimento sem a mágoa

De não ter me roubado a virgindade.

Cairo Pereira
Enviado por Cairo Pereira em 07/10/2019
Reeditado em 17/06/2020
Código do texto: T6763179
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