Ermos Plenilúnios

Deixai-me com meus anseios, ó rosa,

solitário, como a noite a seguires...

Ouvindo, cantares, ave maviosa,

só o silêncio e a chuva a caires.

A dor que o peito sentes em tua sina,

tocar-lhe, ora suave, ora brusca...

Silente lh'envolve como a neblina,

que do astro o brilho lhe ofusca.

Mas vejo tu, ó natureza, na soledade

meus sonhos sonhastes eu outrora,

colhendo o lírio triste da saudade.

Estes versos que cantam meus infortúnios,

trazem-me encantos áureos d'aurora,

celeste, a luz dos ermos plenilúnios.

ThiagoMac
Enviado por ThiagoMac em 28/09/2019
Reeditado em 29/09/2019
Código do texto: T6756415
Classificação de conteúdo: seguro