Ermos Plenilúnios
Deixai-me com meus anseios, ó rosa,
solitário, como a noite a seguires...
Ouvindo, cantares, ave maviosa,
só o silêncio e a chuva a caires.
A dor que o peito sentes em tua sina,
tocar-lhe, ora suave, ora brusca...
Silente lh'envolve como a neblina,
que do astro o brilho lhe ofusca.
Mas vejo tu, ó natureza, na soledade
meus sonhos sonhastes eu outrora,
colhendo o lírio triste da saudade.
Estes versos que cantam meus infortúnios,
trazem-me encantos áureos d'aurora,
celeste, a luz dos ermos plenilúnios.