NA GENTIL LAGOA DO MEIMÃO
No coração das cordilheiras da Malcata
Recobertas por um azul esverdeado
Encontrei-me naquele dia, refrescado
Num incerto calor que não ata nem desata.
Naquela água cristalina da cor de prata
Senti todo o meu corpo calmo e relaxado
E o sol acompanhando-me, meio descontrolado,
Mostra por entre as nuvens sua tez ingrata.
Ai brisa que me chegas da vizinha Espanha,
Fazendo-me chegar do lince o pranto cavo,
Diz-me como é que mato a sede que eu trago
Da saudade que tenho, que todo me assanha…
Ó azulinas águas deste encanto suave,
Da gentilíssima lagoa do Meimão,
Qual o segredo qu´ escondeis, que emoção
S´ acolhe em mim e para a qual não tenho chave?
Passo, nadando em vós, águas que m´ acalmais
Mas continuo incerto nos versos que me dais!
Frassino Machado
In AS MINHAS ANDANÇAS