Escrevo no silêncio d'uma sala
Escrevo no silêncio d'uma sala, solitário
vendo, à noite, erma e sombria...
Envolveres em teu sudário,
derradeira hora de mais um dia.
No silêncio desta sala que escrevo,
aos olhos vem-me tua imagem calma.
E calada, olhando-te, descrevo,
és triste assim como minh'alma.
Desprezo o que não é de Deus, ó torvo,
anseio qu'me assombra como um corvo.
- Hás de viver quem nele crê está escrito!
Seguir-te irei etéreos os teus rastros,
pra que fiques no céu como os astros,
minha alma a brilhar no infinito.