Noturno

Ouvias o céu os meus pesares,

eu, que um dia, fiquei olhando tristemente...

Como ave solitária indo pelos ares,

o tempo, que passavas vagarosamente.

Dizia-me a morte... "Em meu colo,

tu que vais por este a caminhar...

Um dia, na frialdade deste solo

em que pisa hás de repousar."

Ó lua bela, lua branca e crescente

és a dor que este peito aqui sente.

Lua clara assim como um arminho...

Sereno vou seguindo meu fadário,

vendo tu, envolta em teu sudário,

outra vez, iluminares, meu caminho.

ThiagoMac
Enviado por ThiagoMac em 07/06/2019
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