AO AUTOR II, SONETO DA ALMA e COR DE ÂMBAR

AO AUTOR II

Invólucro no duro branco interno

Procuro exercita-lo a cada lance

Pra ver se no lampejo dessa chance

Consigo uma fagulha de algo externo

Com o "sopro" que em vão busquei no inverno

Dos temas, das ideias e dos transes

Fotografando o visto pra que alcance

Um movimento que se torne eterno

Porém recordo que era sem forma

Vazia de contexto e conteúdo

A terra hoje que a alma viaja

E prosto, como barro se conforma

Tomando em mãos caneta, folha e tudo

Clamando ao Grande Autor que disse: HAJA!

(Inspirado na obra AO AUTOR de CJ OLIVEIRA)

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SONETO DA ALMA

Se descubro em mim desejo vago

Que não pode nunca ser suprido

Por tendências minhas reprimido

Depravado, em tese, me consagro

Se um choro sem motivo flagro

Em minh'alma por não satisfeita

Deve haver harmonia perfeita

Com o vazio que por dentro trago

Ao olhar pro espelho vejo o estrago

Que o pecado sempre me causou

Mas o preço que na cruz foi pago

Quando nisso minh'alma focou

A Justiça própria hoje esmago

Por tornar-me justo quem me amou.

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COR DE ÂMBAR

As flamas em chamas que visam mostrar

Internas agruras que sinto por dentro

Enquanto a beleza, de fora pro centro

Acendem o drama que me é te amar

Se posso corar por ter-te mais densa

Real, viva, forte, pessoal, ardente

A tua existência já incandescente

Inflama meu peito com paixão intensa

Aquece Minh'alma. Saudade me bate

Você que ausente tatua escarlate

Em meu coração, que ao sonhar, descamba.

Agora presente, me ardes, me queima

Visita-me e somes. Mas Minh'alma teima

Sonhar com teu fogo, pele cor de âmbar.

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Leandro Severo da Silva
Enviado por Leandro Severo da Silva em 25/05/2019
Reeditado em 21/08/2019
Código do texto: T6656230
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