ESTÉRIL
E se de amor eu não puder falar,
Ou se meu canto se tornar tão sério,
Que a toda a graça de versar em canto,
Me venha o pranto, nesse despautério...?
Ou se meu canto se tornar tão sério,
Que a toda a graça de versar em canto,
Me venha o pranto, nesse despautério...?
E se outro sonho não for de cantar?
Ou se esse verso se vai, sem mistério...?
E se na ida me vai todo o encanto ...?
Sem ti, sem canto, nesse verso estéril?
Ou se esse verso se vai, sem mistério...?
E se na ida me vai todo o encanto ...?
Sem ti, sem canto, nesse verso estéril?
Se em todo verso em que nasci poema,
Me fiz amor te tendo como tema,
Não sei partir sem me sentir ao meio.
Me fiz amor te tendo como tema,
Não sei partir sem me sentir ao meio.
Mas canto em termos. Sem temor, já creio
Que a termo, certo, vai-se o canto, avesso...
Ao teu querer de amor... de sonho... e verso.
Que a termo, certo, vai-se o canto, avesso...
Ao teu querer de amor... de sonho... e verso.
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Imagem: Silence, by Erin Clark, em art.com