Pálida e fria senhora do sepulcro

Pálida e fria senhora do sepulcro,

que as pálpebras fechar irá um dia.

Digo-te, ó dama, que num sonho pulcro,

vagas minh'alma a sentir melancolia.

Vagas na imensidão a se perderes,

no acaso da correnteza que a levas...

Sem destino esperando sempre veres,

etérea a luz que virá depois das trevas.

Sentes o peito desventuras num campo vário,

choras o poeta envolto neste sudário...

Choras alma triste que as dores cobre...

Há de seguir silenciosa a tua prece,

enquanto esperas à sombra que anoitece,

e o sino que bradas o derradeiro dobre.

ThiagoMac
Enviado por ThiagoMac em 03/05/2019
Reeditado em 04/05/2019
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