Pálida e fria senhora do sepulcro
Pálida e fria senhora do sepulcro,
que as pálpebras fechar irá um dia.
Digo-te, ó dama, que num sonho pulcro,
vagas minh'alma a sentir melancolia.
Vagas na imensidão a se perderes,
no acaso da correnteza que a levas...
Sem destino esperando sempre veres,
etérea a luz que virá depois das trevas.
Sentes o peito desventuras num campo vário,
choras o poeta envolto neste sudário...
Choras alma triste que as dores cobre...
Há de seguir silenciosa a tua prece,
enquanto esperas à sombra que anoitece,
e o sino que bradas o derradeiro dobre.