TEMPOS DE CONTEMPLAR
Percebo todas as cores do retrato, onde o tempo insiste em desbotar
Fecho os olhos e me transporto ao dia que o calor envolveu nossas mãos
Mas como belas flores, lembranças que guardei estão todas a murchar
E quando a noite cair, irei me assustar com a saudade que está ao chão
Relembro das curvas na escultura que o tempo insiste em desgastar
Ao abrir os olhos me encontro com as mãos sujas, entrelaçadas no frio
Pelas palavras que outrora na arei escrevi, o mar é incapaz de apagar
Porém ainda está claro, tão transparente como um lago totalmente vazio
Marcas que ecoam em minha mente se depreciam num ritmo sem fim
Memorias do seu rosto exprimem as lágrima que cobrem meus olhos
Me confundo entre amor e dor, na qual seu sorriso viverá dentro de mim
Cada passo deixo ruir pétalas nessa longa estrada até o meu templo
E a lamentação se torna um santuário nos defeitos dos laços desfeitos
Paro ao imaginar a imagem do luar, que há muito tempo não contemplo