TEMPOS DE CONTEMPLAR

Percebo todas as cores do retrato, onde o tempo insiste em desbotar

Fecho os olhos e me transporto ao dia que o calor envolveu nossas mãos

Mas como belas flores, lembranças que guardei estão todas a murchar

E quando a noite cair, irei me assustar com a saudade que está ao chão

Relembro das curvas na escultura que o tempo insiste em desgastar

Ao abrir os olhos me encontro com as mãos sujas, entrelaçadas no frio

Pelas palavras que outrora na arei escrevi, o mar é incapaz de apagar

Porém ainda está claro, tão transparente como um lago totalmente vazio

Marcas que ecoam em minha mente se depreciam num ritmo sem fim

Memorias do seu rosto exprimem as lágrima que cobrem meus olhos

Me confundo entre amor e dor, na qual seu sorriso viverá dentro de mim

Cada passo deixo ruir pétalas nessa longa estrada até o meu templo

E a lamentação se torna um santuário nos defeitos dos laços desfeitos

Paro ao imaginar a imagem do luar, que há muito tempo não contemplo

Adriano Pereiras
Enviado por Adriano Pereiras em 24/03/2019
Código do texto: T6606063
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