ALGODÃO-DOCE

Tão extraordinário quanto fosse

O futuro numa estação da vida

Queria ser um naco da mordida

Daquele colorido algodão-doce,

Mantendo a boca alegre entretida

Com o sabor tão fino desse doce

A derreter-se tal cremosa mousse,

Sumindo na risada divertida.

Ser doce desfazendo-se na língua

Da boca que a beleza deixa à míngua

Tudo o quanto de belo possa haver

Era e é o sonho que ainda quero,

Mas, sendo ar de açúcar, sou sincero,

Se me comesse o ventre ia crescer.