O Tempo

Lembrei-me quando andavas, um dia daquela

que brotastes e que era majestosa...

Mas o tempo desfolhastes, pétala por pétala,

o tempo, desfolhastes minha infância venturosa.

Lírio belo e sagrado, nos altares

da igreja deserta de outrora...

Morre triste em meu peito sem cantares,

como à noite ao nasceres d'aurora.

Neste breve caminhar sem teres norte,

vive o homem de mãos dadas com a morte,

vivo eu, a caminhar assim com calma...

Pois quando, acendo-te, ó círio da saudade,

sinto, na deserta e fria soledade,

tua chama a queimares minha alma.

ThiagoMac
Enviado por ThiagoMac em 02/03/2019
Reeditado em 04/03/2019
Código do texto: T6588159
Classificação de conteúdo: seguro