Noites Nostálgicas
Tristurosa porque se tornastes, ó alma,
a que vagas pela noite solitária... Ó
a que colhe lembranças, e trazes na palma
da estrada, o destino, um punhado de pó.
Fostes bela, tu fostes, bela e majestosa,
sagrada como a hóstia dos enfermos...
Tu fostes a que cantastes, a venturosa
flor, que hoje pranteia nos túmulos ermos.
Ah! Nebulosas noites nostálgicas,
brilho d'astros e cítaras mágicas,
tangem aqui d'outrora este hino...
Pra ti que já fostes cantando perdida,
as desventuras, na catedral desta vida,
desde então, soturnas, soaram teu sino.